terça-feira, 29 de julho de 2014

Esses são "bão"...

        Digamos que, é proibido ser você!
    Sim. Vamos lá. Ao longo do tempo, principalmente na música, quando comecei lá na igreja e agora como baixista de uma banda de hardcore no interior de Santa Catarina, eu ouço que "aqueles sim é que são bons".
      Eu explico. Na igreja quando éramos moleques e tudo que queríamos era integrar a banda da igreja, sempre ouvi essa bendita frase, referindo-se a outros músicos ou até a amigos que iam com sua camisa pólo, calça certinha e até sapatos, sem contar a altura (ou baixura rsrsrs) em que uso meu contra baixo (nos joelhos). Por sua vez, com a minha banda, a qual tenho acumulado além da função de baixista, a de criador e administrador de conteúdo no facebook, soundcloud, youtube, etc, e ainda "vendedor" de shows e me deparo com a tal frase em minha frente de novo: "aqueles caras são "bão"!
       Inúmeras vezes ouço isso dos gerentes de casas de shows e até da própria galera que frequenta essas casas. Sabe o que realmente eles chamam de bons? Os que se adequam. Sim, os caras que se vestem como eles querem, ou as bandas que tocam o que eles querem (covers de bandas famosas) e assim por diante.
      Então, nós, três caras e um sonho de tocar a NOSSA música, nos deparamos com o dilema de simplesmente não conseguir lugar pra tocar. Talvez não sejamos bons. E isso me faz pensar muito. Não só por nosso caso, mas por ver que ao meu redor as coisas não são muito diferentes. Quer ser bom? Imite algo ou alguém. Seja uma réplica fiel (ou quase), e você será bom (ou não).
    O fato é que, se eu pegar um documento em preto e branco, submetê-lo a uma máquina de xerox de alta resolução, por mais fiel que seja a cópia, não será a original!
     Posso dizer que Beatles, Elvis, Raulzito e tantos outros não eram "bão", pois fizeram o que deu na cabeça, do jeito que achavam que tinham que fazer. E olha que irônico, tais "ruins", servem hoje, como parâmetro para classificar os "bão".
     Enfim, se ser bom implica ser moldado à uma situação, mercado, ou o que for, deixar de fazer o que gosto, do jeito que gosto e expor o que é MEU, o que EU fiz, então realmente eu sou ruim, MUITO RUIM. E continuarei sendo!

sábado, 26 de julho de 2014

Entre pedras e sorrisos...


   De repente, um sábado frio, monótono, até mesmo complicado para os pensamentos, confuso, denso, uma luz pisca sobre sua cabeça.
   Ele se pega pensando sobre as tristezas e alegrias, altos e baixos de uma vida, de sua vida. Já ouviu muito falarem que a vida é uma montanha russa, até a comparação de uma imagem de eletrocardiograma dizendo que se não houver altos e baixos em sua vida, você está morto.
        Argumentos muito válidos, porém, não o convencerá tanto quanto seu próprio pensamento. Não por ser mais do que tais comparações, mas por se tratar de algo que surgiu dentro de si, no âmago de seu ser. 
          Que tal pedras? Sim, pensou, os caminhos são cheios delas e, nem sempre elas significam algo de ruim. Nem sempre você é apedrejado por algo ou alguém, algumas vezes, simplesmente você e sua turma usam quatro delas para fazer dois golzinhos, pronto, a diversão de uma tarde está garantida. E quem nunca, ao estar à beira de um lago, juntou uma e a atirou para fazê-la repicar sobre a água antes de afundar? E quantas vezes elas serviram de assento para vislumbrar uma bela e paradisíaca paisagem (ainda que fosse apenas a visão panorâmica da sua cidade)?
           Enfim, o fato é que para tudo nessa vida há dois lados, como uma moeda, para a vida, uma face boa e outra face ruim e somos nós que escolhemos a qual delas dar mais atenção. Só não se esqueça que a moeda, assim como a vida, só é completa com ambos os lados. Sendo assim, aproveite as pedras, seja para aprendizado, seja para sorrisos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ele, seus fones e as reflexões da vida...


    Era mais um dia nublado. Arrumou-se para o trabalho, apanhou suas coisas, ligou o mp3 e colocou os fones de ouvido.
    Instantaneamente tudo se transforma. O ato de colocar os fones o levou à outra dimensão, a reflexão. Caminhava pela rua normalmente, porém, enquanto seus passos se alternavam rumo ao trabalho, sua mente já se encontrava muito longe dalí. Pensava nas possibilidades, será que estava vivendo ou apenas existindo? As cinzas nuvens que serviam de lona ao circo armado, tornavam as reflexões mais profundas e se emaranhavam ao silêncio de tudo. 
    Por mais que música tocasse no mp3, nada mais eram que uma porta de acesso ao âmago do próprio ser. Quanto mais se aproximava do trabalho, mais distante estava de seu corpo físico, impregnado de incertezas repensava todas suas atitudes e decisões. De tempos em tempos isso o acontece, e ainda assim não sabe ao certo quando, nem como, acontecerão e no que o farão pensar.
    De certo mesmo, só que sempre haverá dias assim, onde o fone se transforma num portal, a vida em uma completa incerteza, os passos acontecem mecanicamente e os pensamentos entram em ebulição, fazendo-o refletir a seu próprio respeito. É deste jeito que ele vive, sonha, avalia, e deste modo, sobrevive.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Não leve a vida tão a sério...




    Não leve a vida tão a sério é uma obra de Hugh Prather, a qual li, e o que mais me chamou atenção e quero discorrer neste texto é a própria frase que dá título ao livro.
    Já perdi as contas de quantas vezes me peguei pensando que teria que ser mais sério, passar uma imagem de respeito e imponência para que fosse melhor "aceito" por lugares onde passei. Também já perdi as contas de o quanto isso me frustrou e me fez perder vários momentos, que poderiam ter sido melhor aproveitados, por causa desta bendita ideia social de seriedade.
     Ora, por quê deixar a vida tão cinza, nebulosa e pesada, se podemos levar as coisas com muito mais leveza e originalidade. Claro que aqui, não entro no mérito de quem por natureza é sério, mais fechado e centrado, porém, para mim, ser assim requer esforço e pezar.
      Por quê nos preocupamos tanto em conquistar, receber, trocar, comprar? Até em nossas relações pessoais temos sido submetidos à barganha de conveniências ou positividades. A amizade tem que ser para toda hora, se eu precisar de madrugada meu amigo tem que me atender e não medir esforços para me ajudar, diz-se. Do amor, que seja recíproco senão é perca de tempo, afirma-se. O fato é que, mesmo sendo seu amigão do peito, a pessoa tem direito a desligar o celular de madrugada pois teve um dia difícil e cansativo, e tudo que mais quer é encostar a cabeça no travesseiro e descansar. Se o amor for verdadeiro, creio que ele não espere por nada, porque amor mesmo, existe por si só, só pelo fato da pessoa amada existir, sorrir, viver, exalar seu cheiro bom, isso já é suficiente alimento ao tão mencionado, e pouco vivido, sentimento.
     Acredito que vivamos uma crise, onde tudo tem que ser sistematizado, engaiolado, exposto e submetido às nossas regras: o que eu acho certo, é certo, e o que acho errado, é errado e pronto. 
      Sem considerar, contextos, costumes, cosmovisão e tantos outros fatores de outrem, simplesmente taxamos tudo, colocando dentro do nosso padrão sério de sociedade, e assim, acabamos por perder muito.
     Então, o conselho que deixo, é o sugestivo título de nosso amigo Hugh: NÃO LEVE A VIDA TÃO A SÉRIO! Afinal, você só tem uma e tudo que levará dela será o próprio corpo, e ainda mais, o que te eternizará por essas bandas chamada mundo, serão as lembranças e marcas nas vidas das pessoas que te conheceram.